No último dia 18 de Dezembro a Rede Globo de Televisão apresentou aos telespectadores em sua programação de final de ano um show de música gospel denominado "Festival Promessas".
Eu assisti parte da apresentação. Posteriormente eu vim acompanhando pela internet os resultados, os comentários e até mesmo as discussões mais acaloradas.
Tecnicamente não há o que discutir, o show realmente foi muito bem produzido, dentro dos Padrões Globo de Qualidade.
Os resultados para a Globo foram excelentes pois ela não gastou nada. A Prefeitura do Rio de Janeiro desembolsou R$ 2,9 Milhões para para produzir o evento, sem contar as cotas de patrocínio que foram vendidas.
Além disso no que se refere à audiência, também não poderia ter sido melhor, pois registrou-se picos de 13 pontos no Ibope, quando o normal para este horário é na média 7 pontos (cada ponto significa 58.000 televisores ligados).
Para os artistas que participaram, foi muito bom também pois a exposição foi enorme dentro e fora do país.
Mas o que eu quero analisar aqui neste espaço são os resultados espirituais que o evento trouxe.
Queridos, não sejamos ingênuos em pensar que a Globo, enfim, está abrindo as portas para o evangelho. Não é bem assim.
Eu li no site http://noticias.gospelmais.com.br um comentário de uma leitora exaltada, que dizia que Deus estava abrindo as portas para a "Conquista" da Rede Globo, é tempo de colheita... enfim aquele papo dos defensores da Confissão positiva.
Amados, não quero aqui afirmar e confirmar que Deus não pode fazer isso, que os evangelho possa vir a ser pregado através da Globo, mas para quem está achando que está dominando tudo, que é tudo nosso, quero deixar um recado: É a Globo que que dominou tudo neste evento.
Senão, vejamos:
- Quem foi o apresentador do Festival? Algum pastor? Algum apresentador evangélico? Não. Serginho Groissman, do Alta Horas, que é um excelente apresentador, mas que não tem nenhuma vivência com música evangélica. Percebia-se em alguns momentos que ele estava perdido na tentativa de levantar o público.
- Quem foi o produtor do show? Alguém acostumado a produzir evento evangélico? Não. Quem produziu o show foi Luiz Gleiser, produtor do meio secular, funcionário da Globo. Já produziu shows de artistas como Rita Lee, Pitty, Xuxa, etc.
O pior de tudo é ver os defensores do "Evangelho S/A" (o evangelho como um grande negócio), quererem justificar que foi uma benção, que foi uma porta aberta por Deus para a divulgação do evangelho de Jesus... Não foi nada disso, foi simplesmente uma grande sacada da Globo para um mercado que gira mais de R$ 2 bilhões por ano.
Repito, não sejamos ingênuos. O grande problema é que a música cristã não é mais vista como um Ministério Divino, como um sacerdócio, mas sim como negócio, business e nada mais.
Lembro-me que antigamente para conseguir gravar um disco era necessário ter talento, compromisso com a obra e cantor nenhum conseguia gravar se não apresentasse uma carta de recomendação assinada pelo seu pastor. E víamos ainda que todo disco vinha impresso na capa a apresentação do pastor. Isso atestava a idoneidade do cantor.
Hoje em dia tudo isso acabou, e abriram-se as portas para quem quiser, com isso perdemos em qualidade, em compromisso dos cantores, a essência de um ministério bem estruturado acabou.
É por isso que este festival não acrescentou nada ao povo de Deus no âmbito espiritual, pois não era este o objetivo dos organizadores. Ele funcionou apenas para alimentar interesses econômicos, e, pasmem, serviu para entretenimento! Eu achava que nunca veria isso, a nossa música servir simplesmente para entretenimento e nada mais, é triste mas é verdade.