quarta-feira, 6 de julho de 2011

A música evangélica e as "inovações teológicas"

Estamos vivendo dias em que o evangelho vem sofrendo um alto número de inovações que tem me causado certa preocupação.

A ordem de Jesus é muito clara "Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura". A mensagem é muito simples: "Jesus salva, cura, batiza com Espírito Santo e leva pra o céu, todo aquele que crer". Esta é a essência da mensagem do Senhor, baseada no texto áureo da Bíblia Sagrada: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigenito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" Jo. 3.16. Esta mensagem é simples e eficaz, mas infelizmente alguém sempre dá um jeito de complicar aquilo que é simples.

Hoje em dia existe igreja para todo e qualquer gosto, e os líderes sempre acham uma maneira de chamar a atenção, com as mais variadas estratégias de "marketing", que vai desde a denominação com nomes bem chamativos ou porque não dizer, no mínimo engraçados, até as chamadas "inovações teológicas", que nada mais são que invencionices, que "ajudam" (?) a aumentar a fé das pessoas.

Nesta mesma linha a música evangélica vem sendo castigada de tal forma, que fica até complicado elaborar um bom repertório.

Só para exemplificar, antigamente nós cantávamos assim: "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, todas as coisas vos serão acrescentadas, aleluia, aleluia!" (Vencedores por Cristo).

Agora é assim: "Restitui, eu quero de volta o que é meu, sara-me, e põe o teu azeite em minha dor, restitui e leva-me às águas tranquilas, lava-me e refrigera a minha alma, restitui" (Davi Sacer), quer dizer, "Senhor faz aquilo que eu mando, a tua vontade fica de lado".

Anteriormente, para abençoar alguém cantávamos assim: "Sobre tua vida vou profetizar, nenhuma maldição te alcançará, sei que Deus tem pra ti um manancial, cujas águas nunca secarão..." (Asaph Borba).

Infelizmente hoje, muitos comum sentimento de vingança olham para o seu irmão e cantam assim: "Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vão se arrepender, vai estar entre a platéia e você no palco, vai olhar e ver Jesus brilhando em você..." (Damares). Este sentimento não faz parte do fruto do Espírito, mas vem da carne e todos nós sabemos os malefícios que isso pode trazer.

Existe também a tal da "Adoração extravagante", sobre este assunto, reproduzo aqui parte de um texto publicado por Renato Vargens no dia 31/03/2010 no site Pulpito Cristão, intitulado: "Esquisitices da música gospel: Adoração extravagante".

O louvor da sua igreja é extravagante? Não? Então você está fora do mover de Deus. É exatamente isso que algumas pessoas têm dito àqueles que não aderiram a um dos mais novos métodos de adoração.
No Brasil, os representantes mais conhecidos deste estilo de louvor congregacional são Davi Silva, Mike Shea, Ludmila Ferber, David Quinlan e Ministério Diante do Trono. Em linhas gerais, essa tendência afirma a necessidade de uma adoração sincera, abundante, espontânea, totalmente guiada pelo Espírito de Deus. Para estes a palavra “extravagante” fala da atitude do adorador, a qual deve sobrepujar os padrões formais e expressar sua adoração em termos de liberdade e espontaneidade. Nesta perspectiva, o verdadeiro adorador voa como águia, ruge como leão, salta como coelho, canta de costas para o público, além de rolar pelo chão quando tocado por Deus. Para os adoradores extravagantes o que vale é romper com os paradigmas religiosos, manifestando através do louvor congregacional uma adoração desprovida de frieza espiritual. Segundo estes, tudo é válido desde o riso incontido ao choro histérico por parte dos adoradores.

Amados, em nenhum momento a Bíblia Sagrada fala sobre este tipo de adoração, não existe nenhum respaldo teológico para, daí eu considerar isso, mais "inovação teológica".
Enfim, são muitas coisas estranhas que encontramos hoje em dia, cabe àqueles que são responsáveis pelo louvor nas igrejas observarem melhor essas coisas, para que os cultos não se transformem em "show", até mesmo de horrores, em alguns lugares.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Se você não conhece, precisa conhecer...

Hoje, vou falar de um álbum que foi gravado em 1973.


Trata-se de um clássico da música evangélica brasileira de uma dupla que não está mais entre nós, pois faleceram num trágico acidente automobilístico no dia 26 de fevereiro de 1976.


Estou falando do álbum "Trinta peças de prata" da dupla Otoniel e Oziel.




Talvez alguém até estranhe o fato de eu recomendar um trabalho que foi gravado há 38 anos atráz, mas tenho certeza de que quem conhece este disco sabe do que eu estou falando e vai concordar comigo e quem não conhece, no mínimo vai tentar ouvir para tirar suas próprias conclusões.


Eles eram irmãos do cantor Ozéias de Paula, iniciaram a carreira no ano de 1969, gravando com o próprio Ozéias o LP "Oásis de amor".


Suas músicas se caracterizavam pela simplicidade, com o uso de poucos instrumentos, no início apenas órgão e violão. Com o passar do tempo foram acrescentando outros instrumentos, tais como o acordeon, contrabaixo, bateria, sax e outros.


No caso deste disco, "Trinta peças de prata", que foi gravado no período mediano da carreira deles, podemos detectar ali o uso de variados instrumentos.


Considero este disco um clássico da nossa música, pois além das belíssimas canções que são verdadeiras poesias, com elevado nível de espiritualidade e adoração a Deus, temos ali uma verdadeira aula de técnica vocal.


É incrível como eles conseguiam postar a voz sem ferir nossos ouvidos, como, infelizmente, fazem algumas duplas até mesmo do nosso meio evangélico.


Destaco a música que dá título ao trabalho, "Trinta peças de prata". Não é qualquer um que canta esta música. Eles conseguiram, com muita sutileza, introduzir em alguns trechos da música uma dissonância tão bela, tão perfeita, que, não é qualquer dupla que consegue fazer isso sem desafinar.


Há pouco tempo atráz a dupla Daniel e Samuel regravaram esta música, mas nem mesmo com todo recurso tecnológico que temos hoje conseguiram chegar perto da interpretação magistral de Otoniel e Oziel.


Destaco também a belíssima música "O amor do meu Senhor". Uma beleza, simples é verdade, mas a interpretação não deixa dúvidas quanto à capacidade técnica que tinha esta dupla, sem falar na teor da mensagem que é de uma grandiosidade indizível. Coisa que infelizmente não vemos mais nas letras das nossas músicas hoje em dia.


Não posso deixar de mencionar também a música "andava abandonado", que tem uma sequência maravilhosa de notas dissonantes, que dão uma beleza impar à interpretação. Para resumir numa palavra: Linda. Não é preciso dizer mais nada.


Enfim, este trabalho eu recomendo para todos aqueles que gostam de ouvir coisas que agradam aos ouvidos. Quando eu preciso ouvir algo que me inspire, que tenha conteúdo, eu ouço este disco.


Se você não conhece, precisa conhecer...