Hoje, vou falar de um álbum que foi gravado em 1973.
Trata-se de um clássico da música evangélica brasileira de uma dupla que não está mais entre nós, pois faleceram num trágico acidente automobilístico no dia 26 de fevereiro de 1976.
Estou falando do álbum "Trinta peças de prata" da dupla Otoniel e Oziel.
Talvez alguém até estranhe o fato de eu recomendar um trabalho que foi gravado há 38 anos atráz, mas tenho certeza de que quem conhece este disco sabe do que eu estou falando e vai concordar comigo e quem não conhece, no mínimo vai tentar ouvir para tirar suas próprias conclusões.
Eles eram irmãos do cantor Ozéias de Paula, iniciaram a carreira no ano de 1969, gravando com o próprio Ozéias o LP "Oásis de amor".
Suas músicas se caracterizavam pela simplicidade, com o uso de poucos instrumentos, no início apenas órgão e violão. Com o passar do tempo foram acrescentando outros instrumentos, tais como o acordeon, contrabaixo, bateria, sax e outros.
No caso deste disco, "Trinta peças de prata", que foi gravado no período mediano da carreira deles, podemos detectar ali o uso de variados instrumentos.
Considero este disco um clássico da nossa música, pois além das belíssimas canções que são verdadeiras poesias, com elevado nível de espiritualidade e adoração a Deus, temos ali uma verdadeira aula de técnica vocal.
É incrível como eles conseguiam postar a voz sem ferir nossos ouvidos, como, infelizmente, fazem algumas duplas até mesmo do nosso meio evangélico.
Destaco a música que dá título ao trabalho, "Trinta peças de prata". Não é qualquer um que canta esta música. Eles conseguiram, com muita sutileza, introduzir em alguns trechos da música uma dissonância tão bela, tão perfeita, que, não é qualquer dupla que consegue fazer isso sem desafinar.
Há pouco tempo atráz a dupla Daniel e Samuel regravaram esta música, mas nem mesmo com todo recurso tecnológico que temos hoje conseguiram chegar perto da interpretação magistral de Otoniel e Oziel.
Destaco também a belíssima música "O amor do meu Senhor". Uma beleza, simples é verdade, mas a interpretação não deixa dúvidas quanto à capacidade técnica que tinha esta dupla, sem falar na teor da mensagem que é de uma grandiosidade indizível. Coisa que infelizmente não vemos mais nas letras das nossas músicas hoje em dia.
Não posso deixar de mencionar também a música "andava abandonado", que tem uma sequência maravilhosa de notas dissonantes, que dão uma beleza impar à interpretação. Para resumir numa palavra: Linda. Não é preciso dizer mais nada.
Enfim, este trabalho eu recomendo para todos aqueles que gostam de ouvir coisas que agradam aos ouvidos. Quando eu preciso ouvir algo que me inspire, que tenha conteúdo, eu ouço este disco.
Se você não conhece, precisa conhecer...
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