domingo, 25 de março de 2012

O Festival Gospel da Rede Globo - Resposta a um comentário

No começo deste ano, eu postei um artigo cujo título era: "O Festival Gospel da Rede Globo". No último dia 23 foi postado um comentário anônimo, com um artigo do Pr. Gustavo Bessa, marido da cantora Ana Paula Valadão, intitulado "A Rede Globo, a Babilônia e a Pérsia", que eu quero comentar aqui.
O texto do Pr. Gustavo, que aliás foi muito bem escrito, faz um resumo da história da Babilônia, passando pelo império até chegar à queda. Ele menciona a tentativa de "globalização" babilônica, onde os povos eram incentivados a resgatar suas identidades a fim de tê-los como aliados. Neste período, Ciro redigiu um decreto apoiando e incentivando a volta dos Judeus à sua terra e também patrocinando a reconstrução do templo.
Até aí, levando-se em consideração o conteúdo histórico, o referido texto do Pr. Gustavo não tem nenhum problema. A polêmica começa quando ele faz a seguinte pergunta:

"Se Deus usou Ciro para que o culto no Templo de Jerusalém fosse restabelecido, será que Ele não teria poder para usar a Rede Globo para que a mensagem do evangelho seja proclamada, o nome de Jesus seja levantado e a identidade da igreja seja reafirmada?"

O Bispo José Moreno da Igreja Anglicana, respondeu no seu blog, em um artigo publicado no dia 22 de Dezembro: "Sim, pode. Claro que pode; Mas a questão não é se Deus pode. Será que Deus quer?".
Eu concordo plenamente com esta resposta e ainda me atrevo a acrescentar: "Será que Deus precisa da Globo para levantar Seu nome e reafirmar a identidade da igreja?"
Na Bíblia Sagrada encontramos algumas passagens que mencionam Ciro como o eleito de Deus para a reconstrução do templo (Is. 44.28, 45.1). O próprio Ciro reconhece esta missão (II Cr. 36.23). Portanto, podemos afirmar com toda certeza que o episódio não serve como parâmetro ou exemplo para justificar a tentativa de aproximação da Globo com os evangélicos.
Concordamos que a igreja brasileira passa por um momento complicado, onde a ganância de alguns tem manchado a nossa reputação de modo geral. Mas daí, acharmos que Deus vai usar a Globo para reafirmar a identidade da igreja? Volto a perguntar: Deus precisa disso? Respondo por mim mesmo: Não, claro que não!
Afirmo categoricamente isso porque não consigo ver como uma instituição cuja identidade é pautada por apoio a coisas tão chocantes às nossas crenças, tais como: homossexualismo, adultério, prostituição, satanismo, possa dar alguma contribuição para reafirmamos nossa identidade.
No que diz respeito a reafirmar nossa identidade, o próprio Senhor Jesus nos aconselha a seguirmos o seu exemplo (Jo. 13.15). O escritor aos Hebreus também nos deixa um conselho precioso: "Olhando para Jesus, autor e consumador da fé." (Hb. 12.2).
O próprio Pr. Gustavo menciona em seu artigo que a Globo só tem aspirações comerciais ao "abrir" suas portas para os evangélicos, só estão de olho no mercado.
Então queridos, não sou contra os nossos cantores se apresentarem na Rede Globo, de forma nenhuma. O que me incomoda é o discurso de que "é tudo nosso!", que "vamos dominar a Globo!", que "tudo foi feito para a Glória de Deus", isso tudo é balela.
Acho que ficaria bem melhor se aqueles que participaram do festival, confirmassem aquilo que todo mundo já sabe: "o cachê era muito bom!", não vejo nenhum problema nisso. Não vamos querer espiritualizar aquilo que é material. Acredito que a polêmica esteja aí.
Recomendo a leitura do artigo do Bispo José Moreno, que é muito esclarecedor:


E você prezado leitor que postou o artigo do Pr. Gustavo Bessa, agradeço pela sua visita a este espaço e continue enviando seus comentários, só não esqueça da próxima vez de se identificar, gostaria muito de te conhecer. Que Deus continue te abençoando.

Abraço

Ezequiel