sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Dai-lhes, vós de comer!

Há pouco tempo atrás eu estava conversando com os meus queridos amigos do grupo de louvor da Igreja Batista de Vinhedo. Falávamos sobre a postura de alguns irmãos em nossas igrejas no momento do louvor, de adoração à Deus.
Infelizmente temos notado que a frieza tem tomado conta de muitas vidas, e, muitas vezes, em nossos cultos, acabamos vendo cenas lamentáveis de pessoas parecem estar em qualquer lugar, menos na presença de Deus. É comum assistirmos cultos mecânicos, mornos, e, pasmem, chatos, em muitos lugares.
No dia em que falávamos sobre isso, Deus colocou uma palavra no meu coração que eu quero compartilhar aqui.
Em Mt. 24.12 diz: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará."
O cumprimento desta profecia, deu-se em nosso tempo. A igreja está passando por uma fase de frieza espiritual como não se tem notícia há muito tempo. Diante deste quadro, muitos tem tentado passar uma falsa ideia de que tudo está bem, apresentando uma forma mais "light" de servir à Deus, com teorias que tem desagradado a muitos cristãos verdadeiros. Li outro dia numa revista secular, com bastante desgosto que já temos no Brasil uma parcela de cristãos que se intitulam de "evangélicos não praticantes" , enfim, a falta de compromisso das pessoas para com a essência da palavra é algo que está se expandindo muito em nossa nação.
Não faz muito tempo eu ouvi o Pastor norte americano Fred Berry pregando. Em seu sermão ele alertava a igreja brasileira a não cair no mesmo erro que as igrejas americanas caíram, e deixaram o fervor do Espírito Santo de lado e se apegaram às coisas materiais. Hoje a igreja norte americana, clama por um avivamento. Pelo que vejo não estamos muito longe disso.
O nosso povo tem fome. Fome da Palavra de Deus. Infelizmente só temos oferecido "enlatados", "comida requentada" e até mesmo "restos" para este povo.
E a ordem do Senhor ainda ressoa em nossos ouvidos: "Dai-lhes, vós de comer!".
Abordando nosso assunto, a música, você que trabalha com o louvor em sua igreja, pare um pouco, pense e análise o quanto é difícil organizar um repertório para o culto, não é verdade?. Muitas vezes nos deparamos com muitas músicas que simplesmente não louvam a Deus, mas que apenas defendem a doutrina de prosperidade, nos mandam determinar a vitória a qualquer custo, e nos levando a esquecer até mesmo da vontade soberana de Deus em nossas vidas. De algum tempo para cá a temática de nossas músicas é só esta. Repito: nosso povo precisa de uma comida de mais qualidade.
Quando eu falo de qualidade, falo de adoração, de louvor genuíno, de oração e agradecimento. O restante (a vitória, a prosperidade, etc) é consequência, segundo os ensinos do próprio Jesus Cristo: "Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mt. 6.33.
Essa tarefa de dar de comer ao nosso povo, cabe a nós que labutamos na obra do Senhor, seja no ensino da Palavra, ou até mesmo nos cânticos de louvor, pois, quando cantamos estamos também transmitindo uma mensagem, portanto é de suma importância observarmos que tipo de comida estamos oferecendo àqueles que estão à nossa volta e que estão com tanta fome da palavra de Deus.

Abraço

Ezequiel Amaral




Uma singela homenagem a um grande homem

Olá,
Saudações!

Primeiramente quero desculpar-me pela minha ausência. Passei por um período muito difícil, pois perdi meu pai no dia 24/09 e acabei ficando sem inspiração para escrever. Mas agora estou de volta e quero recomeçar fazendo uma singela homenagem àquele que foi o meu grande amigo, meu herói. O meu pai, o Sr. APARECIDO AMARAL.

Meu pai Aparecido e minha mãe Maria Júlia

Ele era um homem, muito simples, reservado, de poucas palavras, mas muito divertido às vezes, muito querido por todos e acima de tudo, de uma honestidade à toda prova.
Infelizmente ele se foi de maneira trágica, pois foi atropelado em uma avenida muito movimentada na cidade de Vinhedo. Era uma quarta-feira e ele saiu de casa para ir ao médico, numa consulta de rotina, ao tentar atravessar a referida avenida, acabou entrando na frente de um carro e foi atropelado. Foi socorrido, levado à UTI, estava lúcido, conversando, recebeu a visita da minha mãe e dos meus irmãos.
Como só eram permitida a entrada de duas pessoas na UTI, eu fui no dia seguinte visitá-lo juntamente com a minha irmã. Lá chegando, ele nos reconheceu prontamente, conversou, parecia que tudo estava bem. No final da visita ele nos abençoou e suas últimas palavras para nós foram essas: "No final tudo vai dar certo!". Parece que ele sabia que estava chegando sua hora.
No dia seguinte ele entrou em coma e no sábado, faleceu.
Ficou a saudade, mas não a tristeza. Ficou a certeza de que ele está descansando e aguardando o toque da trombeta. Resta-nos a esperança de encontrá-lo na glória, para isso temos que nos inspirar em seu exemplo de fidelidade, de zelo, humildade e alegria em servir à Deus.
Finalizo, com o hino da Harpa cristã que ele mais gostava, o hino 33, "Com sua mão, segura bem a minha".

Abraço

Ezequiel Amaral



sábado, 13 de agosto de 2011

Se você não conhece, precisa conhecer...



Quero apresentar a você um dos melhores trabalhos do nosso querido Robson Nascimento, um dos melhores intérpretes da música evangélica nacional:



Estou falando de Robson Nascimento e o seu primeiro trabalho solo, gravado em 2007, pela Line Records, entitulado "Tudo que soul".


Robson apareceu definitivamente para a música evangélica quando formou Coral Just Sing Choir, antes de entrar para a carreira solo. Um fato marcante na biografia do cantor é que ele menciona que Deus o chamou para uma vida de santificação, deixando o trabalho secular que fazia como backing vocal para renomados cantores, para dedicar-se exclusivamente à sua música. Foi nesta época que este álbum foi gravado, do qual destaco algumas canções:


1 - Tudo que soul. Uma linda canção cheia de swing, com uma bela letra que nos leva a pensar sobre o amor de Deus de uma maneira maravilhosa. A música é envolvente não só pelo ritmo, mas também pela parte instrumental que é incrível.


2 - Transforma. O ponto alto do disco, uma verdadeira oração em forma de música, na qual a interpretação do cantor é o que mais impressiona, feita de forma esplêndida, além da letra que é também algo para ser analisado.


É um dos melhores discos que já ouvi, e se você não conhece, precisa conhecer...





Adendo

O último artigo que escrevi "Jesus é a Rosa de Saron e o Lírio dos vales?", trata de um assunto que até certo ponto permite algumas interpretações, pois o assunto é baseado no livro de Cantares de Salomão.
Recebi um e-mail do meu querido amigo Pr. Luis Antonio Moreira, comentando algumas partes do artigo em questão, ao que achei oportuno fazer este adendo à matéria uma vez que o objetivo deste blog não é suscitar polêmicas mas sim, na medida do possível, esclarecê-las.
Transcrevo abaixo alguns pontos mencionados pelo Pr. Luis, por e-mail:

À respeito do Livro de Cantares:
1 - O livro de Cantares somente foi aceito pelos Judeus, pelo fato de compararem o amor de Salomão, ao de Deus ao seu povo. Portanto, uma comparação que tem muito sentido. Isso também é aceito por todos cristãos.

Na matéria também foram mencionados dois hinos da Harpa Cristã:
2 - No caso dos autores da nossa Harpa Cristã, não tenho dúvida de que eles sabiam muito bem lidar com essa comparação. Nossa Harpa passou por uma revisão, em alguns casos ficou complicada, mas nesse, ao meu ver não teve problemas.

Estes esclarecimentos nos permitem olharmos para o assunto em questão por outro angulo, pois a matéria foi escrita tendo como base o contexto histórico. Estes esclarecimentos apresentados agora mostram o mesmo assunto tendo como base a comparação aceita por muitos cristãos e também pelos judeus.
Agradeço de coração ao Pr. Luis pela colaboração.
Cabe a você querido leitor tirar as suas conclusões.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Jesus, a Rosa de Sarom e o Lírio dos vales?

Há pouco tempo atrás eu estava lendo o livro "A Bíblia não diz! Lendo a Bíblia com mais atenção" de autoria do meu amigo o Pastor Antônio Evangelista. Neste livro o autor esclarece alguns chavões ou expressões que usamos constantemente e também corrige alguns erros que frequentemente cometemos por uma interpretação errada das sagradas escrituras.
Pois bem, no meio da leitura algo me chamou a atenção. Está escrito assim no referido livro:
"A Bíblia não diz que Jesus é a Rosa de Sarom". Confesso que até me assustei no momento, pois esta é uma expressão bastante comum em nosso meio e muitas vezes cantamos hinos que afirmam explicitamente que Jesus é a Rosa de Sarom, o Lírio dos vales, enfim.
Cito aqui alguns exemplos:
- Soberano (Raiz Coral), o refrão diz assim: "Soberano, Rei e Senhor, Pai eterno, meu criador, Rosa de Sarom, Estrela da manhã, El-Shaday, Adonai, El-Elion, Rei dos Reis!"
- Hino 196 da Harpa Cristã, primeira estrofe: "Já achei uma flor gloriosa e quem deseja a mesma terá, a Rosa de Sarom gloriosa, entre mil mais beleza terá..."
- Hino 344 da Harpa Cristã, primeira estrofe: "Entre os Lírios, no meio dos vales, está um amigo que é caro pra mim. Quero segui-lo isento dos males, ve-lo no céu com os anjos enfim."
-Rosa Vermelha (Luiz de Carvalho), refrão: "Jesus é o Lírio do vales, Rosa de Sarom, até seus espinhos são marcas de amor...".
Poderia citar aqui outros exemplos, mas, vamos ficar nestes mais conhecidos.
Pois bem, voltando à explicação do meu querido amigo, fui levado ao Livro de Cantares de Salomão 2.1 e ali está a explicação de forma muito nítida.
Sabemos que o livro de Cantares narra um lindo romance e foi escrito em forma de versos, onde em alguns momentos são descritas as falas do noivo e em outros momentos as falas da noiva. Sabemos também que o noivo tipifica o Senhor Jesus e a noiva em questão tipifica a noiva. Exatamente no versículo mencionado (2.1) é a fala da noiva dizendo: "Eu sou a Rosa de Sarom, o Lírio dos vales". Neste momento a noiva está se comparando à belíssima região de Sarom, que é uma planície localizada entre o sul do Monte Carmelo e Jope, cujo solo era coberto de lírios e flores exóticas.
Ora se é uma fala da noiva e a mesma representa a igreja, jamais poderíamos colocar Jesus como sendo a Rosa de Sarom e o Lírio dos Vales, pois não é isso que diz a Bíblia Sagrada.
Vemos que é um erro clássico de interpretação, que vem de muito tempo atrás, por falta de uma observação mais minuciosa na hora de escrever a letra da música.
Vamos tomar mais cuidado, vamos observar melhor o que estamos cantando.

Se você não conhece, precisa conhecer...

Antes de mais nada quero aqui fazer um pequeno esclarecimento.
Você vai notar que nas minhas dicas anteriores eu já fui do atualíssimo Paulo César Baruk ao antiquíssimo Otoniel e Oziel. Acontece que eu não vou ficar atrelado a um estilo musical, eu quero sim mostrar trabalhos que marcaram época, que fizeram história e que de alguma maneira têm algo a acrescentar em termos de musicalidade e espiritualidade, independentemente da época em que o trabalho foi feito. Agindo assim eu acredito que estarei dando a minha contribuição para a música evangélica como um todo. Feito este registro, vamos para o nosso assunto de hoje.
Quero falar a respeito de um disco que provavelmente seja o maior clássico da música evangélica brasileira. Estou falando do LP "Cem Ovelhas" de Ozéias de Paula.




Este disco foi gravado no ano de 1973, é o terceiro de sua carreira e por incrível que pareça, ele é vendido até hoje. Considero este trabalho um dos mais importantes da música evangélica nacional, pois quem é da década de 70/80 vai se lembrar que era díficil um lar cristão brasileiro que não tivesse um exemplar deste LP.




Os arranjos são bem simples com o uso de poucos instrumentos: guitarra, órgão, baixo, bateria (bem discreta), obóe em algumas músicas. O mais marcante é a interpretação do Ozéias de Paula, magistral, a mais bela de toda a sua carreira.




Eu poderia aqui comentar todas as músicas deste trabalho, mas vou destacar apenas três:

- Cem Ovelhas. Eu não acredito que exista algum cristão brasileiro com mais de 35 anos que não tenha ouvido pelo menos uma vez na vida esta música. Tem uma letra muito simples, um ritmo muito marcante, que acabou caindo no gosto popular de uma forma inacreditável. Essa música é fácil para tocar, para cantar, para decorar, no entanto não fica devendo em nada em termos de mensagem e espiritualidade.
- Hoje sou feliz. A letra desta música é belíssima, retrata a história de alguém que por muito tempo viveu uma vida triste e de incertezas, mas que alcança uma transformação radical no momento em que encontra a Jesus. O refrão é muito marcante: "Hoje sou feliz, com Jesus ao meu lado, caminhando vou dizendo: Meu Senhor, muito obrigado!". Inesquecível.
- Eu te amo. Uma beliíssima declaração de amor ao Senhor Jesus. O autor da música (Edson Coelho), estava inspiradíssimo quando compôs este clássico, pois ele usa alí comparações lindas para expressar o seu amor ao nosso Senhor Jesus. Linda música.
É isso, esse é um clássico, e, por conseguinte, mesmo que você não goste, se você não conhece, precisa cohecer...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Análise de música

Hoje eu quero analisar junto com você a letra de uma música que já foi bastante tocada em nossas igrejas. Confesso que por não observar direito, cheguei até cantar muitas vezes junto com um grupo de jovens que tínhamos em nossa igreja há algum tempo atrás.
Antes de mais nada, quero deixar claro que esta análise é minha, pessoal, ninguém é obrigado a concordar com ela.
Trata-se da música "Os sonhos de Deus" da cantora Ludmila Ferber.

Se tentaram matar os teus sonhos,
Sufocando o teu coração.
Se jogaram você numa cova
E ferido, perdeu a visão
Não desista, não pare de crer
Os sonhos de Deus, jamais vão morrer,
Não desista não pare de lutar,
Não pare de adorar,
Levanta teus olhos e vê
Deus está restaurando os teus sonhos
E a tua visão!
Recebe a cura, recebe a unção!
Unção de ousadia, unção de conquista,
Unção de multiplicação.

Vamos começar essa análise, já pelo título da música "Os sonhos de Deus".
Mary Schultze, no seu artigo "Por acaso Deus sonha?", publicado no site informativo Batista, em determinado trecho ela diz: "Ora, Deus não dorme, e como ele é um Deus onipotente, onipresente e onisciente, e Sua palavra já contém tudo o que devemos saber e tudo o que vai acontecer no mundo. Então, com o que iria Ele sonhar? Nem mesmo a mais elástica tentativa de antropoformismo poderia afirmar que Deus sonha."
Eu concordo com este pensamento. Os sonhos são atributos humanos e afirmar que Deus sonha, uma vez que Deus é espírito, no mínimo vai acabar criando um choque de idéias ou teorias.
Mas vamos agora analisar a letra da música.
A primeira linha da música diz: "Se tentaram matar os teus sonhos..." mais à frente a letra diz "... Os sonhos de Deus jamais vão morrer...", afinal os sonhos são meus ou são de Deus? Está incoerente, não está certo. Em outro trecho ela diz: "...Deus está restaurando os teus sonhos...", o que deixa claro que ela não fala dos sonhos de Deus, está falando dos meus sonhos, quer dizer, não há concordância com o título da música. É um erro.
Em outro trecho a música diz: "...Não desista, não pare de lutar, não pare de adorar...".
Eu entendo que aí há um incentivo à adoração por interesse. Continue lutando, continue adorando pois Deus está restaurando teu sonho e a tua visão. Sabemos que a adoração é desprovida de qualquer tipo de interesse, pois adoramos à Deus simplesmente pelo que Ele é, independentemente da situação em que estamos. Tomemos por exemplo a vida de Jó. Sabemos da díficil situação em que ele estava, com notícias ruins chegando de todos os lados, num determinado momento ele rasga suas veste, raspa sua cabeça se prostra diante de Deus e o Adora (Jó. 1.1-22). Em nenhum momento na história de Jó, o encontramos adorando a Deus por interesse.
Em outra passagem da Bíblia em João capitulo 4, quando Jesus dá uma verdadeira aula de adoração para a mulher samaritana, Ele afirma categoricamente que Deus está a procura daqueles que adoram o Pai em espírito e em verdade, e não daqueles que adoram esperando receber alguma coisa em troca. Adoração é entrega e não um ato de troca.
No refrão da música, na parte final a autora enumera três tipos de unção:
- Unção de ousadia;
- Unção de conquista;
- Unção de multiplicação.
Aí é que está a pior parte. Eu só queria saber onde é que está escrito na Bíblia que existem tipos de unção.
Unção significa, separação. Infelizmente esta palavra tem sido de certa forma banalizada no meio evangélico, por alguns que querem defender certas idéias, e o que surge de unção por aí é uma enormidade, infelizmente.
Acho que a autora da música, canta muito bem, tem até outras músicas muito bonitas, mas na minha concepção nesta, ela deu uma vacilada.
Antes de cantar qualquer música, leia a letra da música, analise à luz da Bíblia, assim você terá a certeza de que não estará cantando um monte de besteira.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A música evangélica e as "inovações teológicas"

Estamos vivendo dias em que o evangelho vem sofrendo um alto número de inovações que tem me causado certa preocupação.

A ordem de Jesus é muito clara "Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura". A mensagem é muito simples: "Jesus salva, cura, batiza com Espírito Santo e leva pra o céu, todo aquele que crer". Esta é a essência da mensagem do Senhor, baseada no texto áureo da Bíblia Sagrada: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigenito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" Jo. 3.16. Esta mensagem é simples e eficaz, mas infelizmente alguém sempre dá um jeito de complicar aquilo que é simples.

Hoje em dia existe igreja para todo e qualquer gosto, e os líderes sempre acham uma maneira de chamar a atenção, com as mais variadas estratégias de "marketing", que vai desde a denominação com nomes bem chamativos ou porque não dizer, no mínimo engraçados, até as chamadas "inovações teológicas", que nada mais são que invencionices, que "ajudam" (?) a aumentar a fé das pessoas.

Nesta mesma linha a música evangélica vem sendo castigada de tal forma, que fica até complicado elaborar um bom repertório.

Só para exemplificar, antigamente nós cantávamos assim: "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, todas as coisas vos serão acrescentadas, aleluia, aleluia!" (Vencedores por Cristo).

Agora é assim: "Restitui, eu quero de volta o que é meu, sara-me, e põe o teu azeite em minha dor, restitui e leva-me às águas tranquilas, lava-me e refrigera a minha alma, restitui" (Davi Sacer), quer dizer, "Senhor faz aquilo que eu mando, a tua vontade fica de lado".

Anteriormente, para abençoar alguém cantávamos assim: "Sobre tua vida vou profetizar, nenhuma maldição te alcançará, sei que Deus tem pra ti um manancial, cujas águas nunca secarão..." (Asaph Borba).

Infelizmente hoje, muitos comum sentimento de vingança olham para o seu irmão e cantam assim: "Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vão se arrepender, vai estar entre a platéia e você no palco, vai olhar e ver Jesus brilhando em você..." (Damares). Este sentimento não faz parte do fruto do Espírito, mas vem da carne e todos nós sabemos os malefícios que isso pode trazer.

Existe também a tal da "Adoração extravagante", sobre este assunto, reproduzo aqui parte de um texto publicado por Renato Vargens no dia 31/03/2010 no site Pulpito Cristão, intitulado: "Esquisitices da música gospel: Adoração extravagante".

O louvor da sua igreja é extravagante? Não? Então você está fora do mover de Deus. É exatamente isso que algumas pessoas têm dito àqueles que não aderiram a um dos mais novos métodos de adoração.
No Brasil, os representantes mais conhecidos deste estilo de louvor congregacional são Davi Silva, Mike Shea, Ludmila Ferber, David Quinlan e Ministério Diante do Trono. Em linhas gerais, essa tendência afirma a necessidade de uma adoração sincera, abundante, espontânea, totalmente guiada pelo Espírito de Deus. Para estes a palavra “extravagante” fala da atitude do adorador, a qual deve sobrepujar os padrões formais e expressar sua adoração em termos de liberdade e espontaneidade. Nesta perspectiva, o verdadeiro adorador voa como águia, ruge como leão, salta como coelho, canta de costas para o público, além de rolar pelo chão quando tocado por Deus. Para os adoradores extravagantes o que vale é romper com os paradigmas religiosos, manifestando através do louvor congregacional uma adoração desprovida de frieza espiritual. Segundo estes, tudo é válido desde o riso incontido ao choro histérico por parte dos adoradores.

Amados, em nenhum momento a Bíblia Sagrada fala sobre este tipo de adoração, não existe nenhum respaldo teológico para, daí eu considerar isso, mais "inovação teológica".
Enfim, são muitas coisas estranhas que encontramos hoje em dia, cabe àqueles que são responsáveis pelo louvor nas igrejas observarem melhor essas coisas, para que os cultos não se transformem em "show", até mesmo de horrores, em alguns lugares.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Se você não conhece, precisa conhecer...

Hoje, vou falar de um álbum que foi gravado em 1973.


Trata-se de um clássico da música evangélica brasileira de uma dupla que não está mais entre nós, pois faleceram num trágico acidente automobilístico no dia 26 de fevereiro de 1976.


Estou falando do álbum "Trinta peças de prata" da dupla Otoniel e Oziel.




Talvez alguém até estranhe o fato de eu recomendar um trabalho que foi gravado há 38 anos atráz, mas tenho certeza de que quem conhece este disco sabe do que eu estou falando e vai concordar comigo e quem não conhece, no mínimo vai tentar ouvir para tirar suas próprias conclusões.


Eles eram irmãos do cantor Ozéias de Paula, iniciaram a carreira no ano de 1969, gravando com o próprio Ozéias o LP "Oásis de amor".


Suas músicas se caracterizavam pela simplicidade, com o uso de poucos instrumentos, no início apenas órgão e violão. Com o passar do tempo foram acrescentando outros instrumentos, tais como o acordeon, contrabaixo, bateria, sax e outros.


No caso deste disco, "Trinta peças de prata", que foi gravado no período mediano da carreira deles, podemos detectar ali o uso de variados instrumentos.


Considero este disco um clássico da nossa música, pois além das belíssimas canções que são verdadeiras poesias, com elevado nível de espiritualidade e adoração a Deus, temos ali uma verdadeira aula de técnica vocal.


É incrível como eles conseguiam postar a voz sem ferir nossos ouvidos, como, infelizmente, fazem algumas duplas até mesmo do nosso meio evangélico.


Destaco a música que dá título ao trabalho, "Trinta peças de prata". Não é qualquer um que canta esta música. Eles conseguiram, com muita sutileza, introduzir em alguns trechos da música uma dissonância tão bela, tão perfeita, que, não é qualquer dupla que consegue fazer isso sem desafinar.


Há pouco tempo atráz a dupla Daniel e Samuel regravaram esta música, mas nem mesmo com todo recurso tecnológico que temos hoje conseguiram chegar perto da interpretação magistral de Otoniel e Oziel.


Destaco também a belíssima música "O amor do meu Senhor". Uma beleza, simples é verdade, mas a interpretação não deixa dúvidas quanto à capacidade técnica que tinha esta dupla, sem falar na teor da mensagem que é de uma grandiosidade indizível. Coisa que infelizmente não vemos mais nas letras das nossas músicas hoje em dia.


Não posso deixar de mencionar também a música "andava abandonado", que tem uma sequência maravilhosa de notas dissonantes, que dão uma beleza impar à interpretação. Para resumir numa palavra: Linda. Não é preciso dizer mais nada.


Enfim, este trabalho eu recomendo para todos aqueles que gostam de ouvir coisas que agradam aos ouvidos. Quando eu preciso ouvir algo que me inspire, que tenha conteúdo, eu ouço este disco.


Se você não conhece, precisa conhecer...